terça-feira, 9 de junho de 2009

CHACINA DO BECO DO CANDEEIRO COMPLETA 11 ANOS IMPUNE (Eliana Bess)


Em homenagem às mães, pela luta incansável para suportar a dor e a saudade de seus filhos, será realizado um Ato Ecumênico no Beco do Candeeiro nesta quarta-feira (10.06), às 8h30. Elas continuam lutando por justiça e punição dos culpados que estão em liberdade. Além dos familiares, amigos e os membros da Associação das Famílias Vítimas de Violência (AFVV) participam do evento.
O crime conhecido como chacina do beco aconteceu em 10 de junho de 1998, quando três jovens foram assassinados a tiros. O episódio ganhou repercussão nacional, mas, nem isso contribuiu para que o processo andasse, continua parado. Mas, no coração das mães, a dor e a sensação de impunidade resistem ao tempo.
Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, “por volta das 20:00 hs, no local tradicionalmente conhecido como “Beco do Candeeiro”, em frente ao número 67, coração de Cuiabá, estado de Mato Grosso, ADILEU SANTOS, o “Baby”, 14 anos de idade, EDGAR RODRIGUES DE ARRUDA, apelidado de “Indinho”, 15 anos de idade e REGINALDO DIAS MAGALHÃES conhecido como “Nado” , 16 anos de idade, foram caçados e executados por arma de fogo tipo pistola quando encontravam-se no denominado “Beco do Candieiro”, como de costume, conversando. As Vítimas estavam sentadas na calçada, quando no primeiro momento a Vítima Adileu, que estava sentado no degrau do mercado Gama, ou seja, era a primeira no trajeto dos homicidas, que sem dizer qualquer palavra, apontou a pistola para a cabeça de Adileu e desferiu um tiro, sendo que a vítima sequer percebeu que seria atingida pelo disparo”.

Após isso, o Homicida virou-se em direção á vítima Reginaldo, que se encontrava também sentado a poucos centímetros de Adileu e efetuou vários disparos de arma de fogo contra o mesmo, que caiu no local já ferido de morte e fora encaminhado ao Pronto Socorro Municipal de Cuiabá por terceiros.

Em ato contínuo o homicida apontou sua arma em direção à vítima Edgar, que permanecia sentado próximo a Adileu e Reginaldo, sendo que Edgar não esboçou qualquer reação, pelo contrário, permaneceu parado e sem ação diante de tamanha brutalidade. Assim, o assassino desferiu um tiro na cabeça desta vítima, que caiu mortalmente ferido.

E, como o assassino percebeu que a quarta vítima, Edílson, estava a alguns metros adiante, do outro lado da rua, desferiu dois tiros em direção a Edílson, momento em que este levantou-se e ainda viu o assassino manobrando a sua pistola, momento em que saiu correndo em direção ao calçadão. Ainda assim o assassino efetuou mais dois disparos contra Edílson enquanto este corria, mas não conseguiu acertá-lo. Assim, Edilson foi buscar abrigo na Igreja Matriz onde se realizava um casamento e sobreviveu.
Uma das mães desabafou que até gostaria de acreditar em justiça, em punição aos culpados, mas diante dos fatos só acredita na justiça de Deus. “Esta nunca falha e um dia vai chegar”.
Outras informações com Heitor Reyes 8417-7171 – AFVV
Eliana Bess